Inteligência animal!
Um grupo de etologistas numa universidade norte-americana decide estudar o comportamento de aves, de forma a compreender estratégias de aprendizagem e de utilizacão de ferramentas. Este é um dos padrões de afericão de inteligência descritos nas espécies primatas não-hominídeas. Muitos ouviram falar do exemplo de certos chimpazés que utilizam pequenos ramos para "pescar" formigas. Mas como aferir estas capacidades entre aves?
Decidem-se então a observar os corvos que vivem nas imediacões do campus. Para os entendidos em psicologia cognitiva é universalmente aceite que os corvídeos são dos géneros com o maior valor de QI entre os membros da classe das aves.
Após observacão, constatou-se que a populacão local de corvos alimenta-se de, entre outras opcões, nozes. O problema das nozes é o de que, embora nutricionalmente ricas, são revestidas de uma carapaca dura que os corvos não conseguem partir através da utilizacão do bico. Após alguma dose de experiência-e-erro, os corvos aprenderam que a melhor estratégia para partir as nozes é voar até uma certa altitude e deixar cair a noz. Mas esta estratégia depende largamente de onde é que a noz cai: quando as nozes caiem em terrenos não relvados ou arborizados, estas quebram-se mais frequentemente. Esta estratégia não elimina infelizmente o problema da competicão. Outros corvos oportunistas podem esperar escondidos perto das superfícies acimentadas ou asfaltadas de forma a que quando os seus companheiros de espécie deixam cair as nozes, se aproveitem deste maná.
Daqui surgiu uma outra estratégia mais elaborada. Alguns corvos descobriram que se abandonarem a noz aproximadamente no centro de umas superficies alongadas que se apresentam quase por todo o lado nas imediacões da universidade, mais cedo ou mais tarde aparece um objecto macico móvel que quebra a casca da noz por accão da sua passagem (nós, os humanos, chamamos a estas superfícies estradas, e as estes estranhos objectos ambulantes, automóveis). A única coisa que os corvos têm que fazer é esperar pacientemente pelo próximo engenho rolante e saltitar rapidamente em direccão à nóz (agora quebrada) após a passagem deste.
Mas esta estratégia tem as suas desvantagens. Ás vezes tem consequências fatais. Estes estranhos animais metálicos vitimam indiferentemente tanto nozes como aves. Para espanto dos etologistas, os nossos amigos corvídeos desenvolveram ainda mais um truque.
Alguns corvos aprenderam a utilizar esta estratégia mais selectivamente. Alguns compreenderam que é mais seguro deixar as nozes apenas nos pontos em que umas misteriosas linhas brancas paralelas sobressaiem do fundo azul-escuro. Ainda melhor: esperar na berma enquanto uma certa luz vermelha no topo de um poste vertical se encontra acesa e colher a noz apenas quando esta luz se apaga e uma outra luz esverdeada e um pouco mais abaixo se acende.
Genial, não é?
;-)
Paulo.