segunda-feira, julho 30, 2007

O paraíso Cubano

Cuba é ainda hoje visto como um paraíso para a réstia de defensores do comunismo como sistema governativo. De facto a ditadura cubana, num cenário inóspito (não esquecer o bloqueio económico que dura há várias décadas) consegue o menor nível de analfabetismo a nível mundial e algumas técnicas nalgumas áreas da medicina foram desenvolvidas no país de Fidel.

Obviamente, se de facto Cuba fosse um paraíso todos os cubanos viveriam felizes e contentes. Mas de facto não é! A grande maioria da população vive na miséria e os poucos que não vivem são normalmente altos cargos do partido comunista cubano.

Isto é visível nos milhares que já efectuaram a perigosa travessia de barco (ou jangada) para a Flórida e, mais relevante, nos atletas e treinadores que "desertaram" nos recentes jogos Pan-Americanos. Rafael Capote, Lázaro Lamelas, Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, não quiseram regressar a Cuba e fugiram. Com receio de mais "deserções" a delegação cubana forçou todos os seus atletas a regressarem rapidamente a casa, mesmo sem receberem as medalhas que alguns haviam conquistado!

Assim se vive em liberdade!

domingo, julho 29, 2007

Iniciativa louvável

Na edição do Jornal de Notícias deparei-me com este artigo.

Jovem "recicla" manuais
manuel azevedo
Patric Figueiredo já não tem espaço para armazenar livros em casa


Salomão Rodrigues

É possível comprar livros escolares 75% mais baratos. Mas, desengane-se, não se trata aqui de nenhuma iniciativa governamental, nem tão pouco de um qualquer acto promocional das editoras. A acção surgiu pela determinação de um jovem de 16 anos, de Santa Maria da Feira, cansado de gastar dinheiro. Patric Figueiredo não gostou de ver a mãe desembolsar centenas de euros na compra dos manuais escolares. E decidiu recolher livros usados para posterior revenda.

Hoje, garante que o projecto pode ser implementado à escala nacional se houver vontade para não "alinhar" no que designa de "fortes lóbis das editoras". Com uma mais-valia quem disponibiliza os manuais usados é ressarcido de parte do seu valor.

Habituado a usar os livros do irmão mais velho, Patric não esquece o dia em que, pela primeira vez, entrou numa papelaria com a mãe para comprar manuais. "Fiquei chocado ao ver que a minha mãe tinha gasto mais de 200 euros". E lembrou-se de pôr em prática o princípio usado em casa, "mas à escala nacional".

A ideia surgiu há cerca de dois anos, mas só no inicio deste Verão pôde começar a concretizá-la. Antes disso, Patric mergulhou nos compêndios da informática e trocou saberes com os amigos da escola, que lhe permitiram elaborar um sítio na Internet (www.exacto.com.pt) que fosse a "montra" da iniciativa.

O projecto Exacto.com.pt consiste na recolha de manuais usados junto de escolas, evitando que acabem esquecidos numa qualquer arrecadação ou mesmo no lixo. Os livros são depois colocados à venda na Internet, com preço 75% inferior ao original. Se a venda for efectuada, quem ofereceu o manual recebe parte da quantia cobrada. Quanto a livros oferecidos que não são adoptados pelas escolas, seguem para instituições de solidariedade, que os encaminharão para a África de língua portuguesa.

Quanto às alterações que o Governo se prepara para implementar nos manuais escolares, são bem vindas. "O uso dos livros por seis anos dá mais consistência à iniciativa e a oferta aos mais carenciados vai permitir expandir a ideia a outros escalões de alunos". Patric só lamenta que os estudantes não sejam "incentivados a deixarem por livre vontade os seus manuais na escola, no final do ano".

O adolescente vai agora pedir ajuda à autarquia para ter espaço para acomodar os livros e promete continuar com as recolhas, em todas as primeiras sexta-feira do mês, junto às escolas.

quinta-feira, julho 26, 2007

Especialistas de bancada!

Um fenómeno que tenho observado muito ultimamente são os artigos de opinião e as cartas dos leitores que se multiplicam quando é publicada uma notícia científica de conclusão políticamente controversa. Cada vez que os investigadores do clima ou biólogos ambientais publicam um estudo em que se conclui que a accão humana está a desencadear efeitos nefastos no ambiente global, aparecem logo uma dúzia de especialistas de trazer por casa a dar a sua opinião científica acerca da validade das conclusões atingidas pelos cientistas profissionais (geralmente contra!).

Uma analogia seria a situacão de um médico virar-se para uma doente depois de a examinar, anunciar "olhe, desculpe comunicar-lhe isto, mas a senhora tem cancro." e a doente responder "olhe, desculpe lá, mas acho que o senhor não sabe o que está a dizer. E ainda por cima, agora não me dá lá muito jeito ter cancro, está a perceber...".

O que isto (tristemente) revela é a ignorância por parte do público em geral em relacão ao processo de investigacão. Para um artigo ser publicado numa revista científica de peso, precisa primeiro de ser lido e criticado por especialistas no mesmo ramo, alguns deles concordantes com as conclusões e outros nem por isso, que em principio tudo farão para garantir a validade e a precisão das conclusões apresentadas. Segundo, não se esquecam de que os cientistas são pessoas cujo emprego é investigar um problema e que passam grande parte das suas vidas a analizar observacões e a pesar todas as evidências de uma experiência em pormenor. São pessoas que gastaram geralmente muitos anos da sua vida a estudar exclusivamente problemas relacionados com a sua área de especialidade. Terceiro, e se calhar o mais importante, ainda que um artigo possa apontar para uma conclusão específica, normalmente é mais importante ver que figura se desenha a partir do conjunto de artigos publicados sobre a mesma matéria, por parte de equipas provenientes de muitos laboratórios diferentes. É (bem) possível que uma equipa de investigadores tenha interpretado mal os dados de uma observacão ou tenha tirado as conclusões erradas, mas que muitas centenas de equipas o facam, isso já é mais improvável. Quarto, para concluir algo, um cientista precisa de se justificar pesadamente e utilizar métodos estatísticos que têm sido estudados e desenvolvidos nos ultimos 300 anos. Nenhum cientista pode publicar um artigo objectivo baseado apenas num pensamento que ele teve ou numa opinião pessoal, sem apoio em observacões de dados (nesse caso seriam puros artigos de opinião, e mesmo esses tem de ser devidamente fundamentados).

Subitamente toda a gente se torna especialista num assunto do qual nunca estudou ou trabalhou quando uma conclusão não lhe agrada (geralmente quando aponta que a compra daquele jeep com que andou a sonhar nos ultimos anos não é o melhor para o ambiente). Ainda por cima, alguns tentam rebater com argumentos de coisas que ouviram num documentário ou coisas que ouviram de um amigo no café (aqueles que tentam justificar-se) ou então vêem com observacões de casos pontuais do género "ah, mas o ano passado também havia muita poluicão mas fez mais frio que este ano!". Isto revela uma arrogância e ignorância popular sem limites. Quando leio um artigo novo de conclusões surpreendentes nos ramos da física, química ou pegando no exemplo, metereologia, tenho a humildade de reconhecer que estes não são os meus campos profissionais e deste modo confiar nas conclusões. Nos casos em que as conclusões chocam demasiado com a minha percepcão anterior naquele campo, prefiro esperar pelos desenvolvimentos e reaccões dos especialistas no mesmo campo de investigacão, cuja opinião é mais bem ponderada e baseada em factos científicos do que a minha.

A ciência tem apresentado os factos e as conclusões e por vezes dá recomendacões e conselhos baseados nos conhecimentos científicos que se têm na altura. Se os políticos e o povo querem segui-los, é uma outra questão, mas tentar rebater as conclusões sem educacão nesse campo é uma atitude verdadeiramente arrogante (e até certo ponto, perigosa).

segunda-feira, julho 23, 2007

O "mestre" Paredes

Faz hoje 3 anos que nos deixou. Deixo-vos um tema gravado nesse fabuloso espaço Coimbrão, o "À Capella", interpretado pelo Quinteto de Coimbra e membros dos Belle Chase Hotel.



RC

terça-feira, julho 10, 2007

Nem sei de que falar

Depois de tanto tempo sem escrever hoje nem sei bem o que dizer. Podia ir para o mais actual que é o facto de o mundial de sub-20 estar a ser disputado aqui no Canadá, e eu vou ver Portugal com o Chile na 5ª feira.
Podia também falar de como o estacionamento no Hospital da Universidade de Alberta custa $21 por 3 horas, ou de como o facto de haver mesmo muito emprego na província de Alberta está a vir gente de todo o lado e não existe alojamento para todos. E como a lei da oferta e da procura impera, as rendas chegaram a aumentar quase 100% nalguns casos...
Podia também falar de como fui adoptado Venezuelano, e dessa forma o castelhano (ou sul americano, neste caso) se tornou na minha segunda língua.
Podia falar de tantas coisas mas cada história é merecedora de um post por si própria. Por isso digo apenas Olá! aqui do país da neve em que o sol até brilha quente e bronzeia, e prometo contar umas quantas histórias entretanto.