segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Pornografia!

Estava a ver TV um dia destes, um daqueles talk-shows para donas-de-casa que certos canais americanos têm para dar e vender, quando surgiu a questão de uma mulher casada, com 9 (!!) filhos do mesmo marido, que meteu os papéis de divórcio depois de ter descoberto um DVD pornográfico no carro do marido. O casal lá se reconciliou depois de 6 semanas de separacão mais umas horas de terapia e a promessa solene de que o marido nunca mais veria material videográfico daquele calibre.

A minha reaccão foi simples: "Ó meuz amigozzz...!!!"

Esta situacão lembrou-me de um outro episódio ocorrido aqui à uns 5 ou 6 anos na casa comunal em que vivi em Copenhaga. Estávamos sentados a ver TV, eu e mais uns chineses, uma francesa, um macedónio e uma americana, quando de repente, enquanto o macedónio mudava de canal, passámos por uns curtos segundos por um canal "temático" dinamarquês. Nesse ponto, a americana tem um ataque espontâneo de histeria e fica quase em estado de choque pelo facto do resto da malta ter reagido ao incidente com um mero sorriso ou um ligeiro encolher de ombros.

Recentemente li na imprensa local que nos Estados Unidos (onde mais poderia acontecer casos destes!) está a ser julgada uma professora de secundário porque durante uma aula de informática a alunos entre os 12 e os 14 anos de idade abriram-se uns pop-ups "comerciais" e a desgracada da professora não conseguiu fechá-los todos imediatamente, sujeitando os seus alunos a uns minutos de exposicão aos "factos da vida". A história até teria a sua piada, não fosse o caso de a professora sujeitar-se a apanhar 40 (sim!!! quarenta!!!) anos de cadeia por dita afronta ao púdor público.

Ora bem, é verdade que se calhar o ambiente cultural em que estou inserido agora situa-se quase no extremo oposto (ao ponto de se ver abertamente publicidade a vibradores e outros aparelhos estimulantes nas salas de cinema antes do início de um filme, por exemplo), daí se calhar estar um pouco contaminado com a mesma atitude, mas acho que é quase pedagógico que a malta veja um par de filmes pornográficos em certa idade para ao menos perceber do que é que se fala. Acho que a atitude apresentada nos exemplos anteriores é quase hipócrita. Como disse um realizador sueco numa entrevista aqui à uns anos atrás (como comentário ao facto de um dos seus filmes ter sido censurado nos EUA por ter mostrado o peito descoberto de uma das actrizes), no cinema americano não é problema nenhum exibir uma cena de violência com espancamento, tiros à queima-roupa, granadas a abrir as tripas a um soldado, e por aí adiante, mas quando se mostra uma cena daquilo que acontece a toda a hora, quase por todo o lado, é imediatamente um problema para as criancas americanas.

Em Portugal ainda há muitos tabus em relacão ao sexo, mais isso é tema para outro post no futuro...

Abracos
:-)
Paulo.

1 comentário:

RC disse...

De facto ridiculo, mas quando alguém processa o McDonalds por se ter queimado a beber café, já que não foi avisado que este estava quente, e ganha o processo, o que podemos fazer, senão inspirar uma ou duas vezes e não pensar mais no assunto.

Já agora, por exemplo nos anúncios a lingerie, nos EUA, os modelos utilizados aparecem com determinadas zonas do corpo desfocadas ou tapadas com barras escuras. Será moda?...