quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Cartas de Iwo Jima



Mystic River e Million Dollar Baby foram dois dos grandes filmes com que fomos brindados nos últimos anos, obra deste, cada vez mais cativante, realizador que tem por nome Clint Eastwood.

Os seus mais recentes trabalhos, Flags of our fathers e Letters from Iwo Jima vêm na linha da qualidade dos seus dois anteriores trabalhos.

Assisti às cartas de Iwo Jima num cinema americano, quase vazio (talvez por historicamente o público americano ter alguma aversão a filmes legendados). No final, tanto eu como os amigos que me acompanharam, permanecemos sentados olhos fitos no ecrã escuro onde começava a passar o genérico, a digerir a força das imagens e da história que tinhamos acabado de assistir. Até que alguem disse: "fenomenal"! De facto está lá tudo: a guerra ideológica, o soldado que não sabe bem o porquê e por quem luta, a irracionalidade da guerra, o desespero de quem se vê derrotado não pelo inimigo mas pelos seus, a inteligência do estratega, a desobediencia que leva a que a táctica do estratega não tenha o resultado esperado, o sonho e a esperança de sair dali para voltar a ver aqueles que se amam e que nalguns casos nos prendem à vida, o sangue, a brutalidade do antes matar quem se rende a esperar que estes sejam salvos! A mistura de sentimentos é enorme, odiamos algumas das personagens e amamos outras.

Obviamente que após assistirmos a este filme ficámos com vontade de ver aquele que lhe deu origem (enquanto recolhia dados para a realização das bandeiras dos nossos pais, Clint Eastwood recolheu material que lhe deu a ideia de realizar um filme que demonstrasse o drama vivido do outro lado da barricada). Alugámos o DVD e...mergulhámos no filme, na vida das personagens, da mesma forma que o haviamos feito antes. Não é o mesmo tipo de filme, não trata apenas da conquista da ilha pelos americanos, mas do misto de sentimentos vividos pelos 3 sobreviventes que plantaram a famosa bandeira no cume mais alto da montanha, no regresso a uns EUA sedentos de heróis e da forma como a propaganda militar americana se aproveitou de 3 soldados para arranjar financiamento para uma guerra para a qual o dinheiro do estado escasseava!

Definitivamente, estou rendido ao mestre Clint Eastwood e aguardo ansiosamente por novos filmes deste grande realizador/produtor/actor/...

RC

1 comentário:

viking disse...

Bom filme! Vi-o este fim-de-semana e acho que é melhor que o "Flags of our fathers", para além de transmitir uma mensagem pacifista no fim (coisa que nem sempre é habitual neste tipo de filmes no cinema americano).