segunda-feira, junho 12, 2006

Começou a febre...

10 de junho, dia de Portugal, Camões e das comunidades de expressão Portuguesa. Acordar cedo, e dar uma vista de olhos nos jornais desportivos. Acabar de fazer o saco e vestir o equipamento.

Às 11 encontramo-nos e encaminhamo-nos para o aeroporto. A euforia é muita. Afinal, mais que um jogo, vamos participar numa grande festa!

Entramos no avião que nos há-de levar a Dïsseldorf às 13.30. Primeira grande surpresa do dia, uma das hospedeiras era uma antiga colega de faculdade, que agora vive na Suécia! O mundo é mesmo pequeno!

A viagem de 2 horas passou num instante. Chegado a Weeze, mais um daqueles aeroportos no meio do nada que as companhias aéreas de baixo custo utilizam, deixamos o avião vazar e tiramos as fotos da praxe! Encaminhamo-nos para o terminal e vemos que os amigos com quem vamos ficar já nos esperam! Após o controlo dos passaportes (a Alemanha cancelou o acordo Shengen durante o Mundial de Futebol) o encontro, colocar a primeira conversa em dia, pegar no carro e encaminharmo-nos para Dusseldorf.




Às 18.00 horas começa o jogo da Suécia. Após uma primeira parte fraquinha, vamos buscar o último felizardo que nos irá acompanhar ao jogo. Mais um reencontro e muita conversa para colocar em dia, que o João, para conversar, não há como ele! Antes do regresso a casa, a última tentativa para comprar sprays para pintar o cabelo. Não encontramos cores que nos agradem por isso deixamo-nos seduzir pelas tintas para pintar a cara.

Para a noite estava reservada uma bela surpresa: uma churrascada no quintal de casa, na companhia de uma família de portugueses, que já reside na Alemanha há muitos anos. Foi uma noite muito bem passada, onde não faltaram as guitarradas de Coimbra a fazer lembrar outros tempos! Às 3 da manhã resolvemos recolher às boxes, não sem antes efectuar um "passeio higiénico" pelo campus universitário.



Dia 11 de Junho, após uma noite mal dormida, um longo pequeno almoço a servir de entrada para o resto do dia. Chegados a Colónia depressa demos com uma das zonas de animação: a imponente catedral (Dom). Tivémos a sorte de conseguir umas pequenas cabeleiras com as cores nacionais na carrinha que estava a promover o nosso país e todos equipados a rigor, iniciámos a festa. A passear pela cidade, sem nunca fugir muito ao centro, lá fomos cantando "Portugal olé..." seguidos de imediatos pelos milhares de portugueses que caminhavam como nós pelas ruas, ou que se encontravam espalhados pelas fabulosas esplanadas da cidade! Pelo caminho íamos sendo alvo das objectivas dos papparazi dos mais variados países. No entanto, após o almoço, e depois de aplicarmos as pinturas compradas no dia anterior, o sucesso foi total! Entretanto, as gargantas começaram a falhar e começaram a fazer-se horas de ir para o estádio. Lá fomos, atrás da multidão, apanhar o comboio para o estádio. O nervoso miudinho agudizou-se com o aproximar dos momentos da verdade: será que nos deixavam entrar já que as pessoas para quem foram emitidos os bilhetes, não eram as mesmas que iam com intenções de assistir ao jogo; e será que se conseguia ver bem o jogo com bilhetes de visibilidade reduzida!?



A entrada no estádio foi simples e rápida. Ninguém verificava passaportes e as revistas decorriam de forma rápida e eficaz! Procuramos então os lugares que nos estavam destinados. Grande alegria! A visão para o terreno de jogo era perfeita, não havia nada que nos impedisse de ver o campo! Como é óbvio, a festa que havia começado nas ruas do estádio continuou. Ricardo entra para o aquecimento e houvem-se as primeiras palmas. A equipa entra e houvem-se as primeiras ovações! A malta já só queria cantar o hino e guardar o que restava da voz! Pauleta falha o primeiro, no primeiro minuto de jogo, mas passados 4 minutos, encostou a redondinha para as redes, após uma fantástica jogada desse grande mestre de seu nome Figo! A primeira parte foi emotiva e houve algumas oportunidades de golo, no entanto, fruto de uma exibição abaixo do que se esperava, a malta começou a desanimar. Com a segunda parte, o desânimo foi crescendo, ao invés do ânimo angolano que crescia, e pela primeira vez se começaram a ouvir os adeptos a puxar por Angola! Acabou o jogo e não houve vontade de festejar! Ganhámos, mas não jogámos bem! Esperemos que não encaremos os próximos jogos da mesma forma! Tiago, Cristiano e Simão não existiram! Figo foi de longe o melhor! Várias foram as vezes que todo o estádio chamou pelo nome dele! Costinha afinal parece estar em grande forma!

Acabou-se o dia. Mais há-de vir, desde que cumpramos a obrigação de chegar aos oitavos de final! Se assim for, lá estarei para gritar bem alto o nome do nosso país, na companhia de todos os priveligiados que tiveram a sorte de conseguir ingressos para os jogos. Nestes dias é que se percebe o porquê de o futebol movimentar tantas massas! Tudo o que rodeia o jogo é festa, o jogo em si, por vezes, acaba por ficar para segundo plano, se o ambiente que o rodeia for emotivo/bonito/alegre!

Ao Rui e à Joana, muito obrigado pela fantástica recepção.

Ao Gonçalo, Orlando e João, obrigado pela companhia e espero que tenham gostado!

Cumprimentos,

RC

1 comentário:

viking disse...

Boa crónica!
Vamos a ver se o próximo jogo é melhor. Que passa o grupo tenho eu quase a certeza, o problema é depois.

:-)