sábado, abril 08, 2006

Quem não chora, não come?

vou contar-vos um episódio para contextualizar um pouco o assunto que hoje vos trago.
Quando eu era um teenager inconsciente, bateu-me a porta um pedinte! Dizia que tinha fome e não tinha emprego nem dinheiro... Logo lhe foi oferecida a fruta que tínhamos em casa para ajudar uma pessoa obviamente necessitada.
Até emprego lhe foi oferecido: '8h da manha esteja aqui'! Mas quando soube que era para trabalhar na construção civil, logo disse que não era a sua área... (quer fazer carreira como pedinte, pensei eu...) Obviamente, dinheiro foi coisa que não lhe demos!
Lembrei-me disto hoje, quando ia no Metro, para levantar o meu BI na famigerada Loja do Cidadão. Chateia-me ir no Metro, (pouco) descansado da vida e ter de sentir pena do gajo que vai a tocar acordeão e que anda com um menino, dos seus 8 anos, a pedir esmolas aos passageiros do comboio. Provavelmente se lhe oferecesse emprego dir-me-ia que não está interessado em trabalhar. Deve ganhar-se bem a tocar umas gaitadas no Metro. Por isso recuso-me a dar uma esmola aos pedintes, a menos que me esteja a incomodar o peso das moedas!
Pode parecer um pouco insensível da minha parte, mas se por um lado há pessoas a quem a vida simplesmente não sorriu e que nunca tiveram possibilidades para conseguir melhor vida, por outro lado há muito homenzinho por aí, com bom corpo para trabalhar, e que preferem dedicar-se à vida de mendigo.
Revolta-me que depois vá ao Supermercado e veja ciganas a ameaçar os seguranças que "quando saíres daqui vais ver o que te espera lá fora" simplesmente porque o homem fazia o seu trabalho - garantir que toda a gente se comportava de forma civilizada e mais ou menos ordeira. Provavelmente foi a esmola do agente da Securitas que pagou o pacote de arroz que a mulher levava na mão e que certamente seria o jantar para ela e para a criança que levava no braço.
Que Mundo este.

1 comentário:

RC disse...

Concordo em parte com o que dizes. Eu por norma olho para quem me pede esmola e depois decido se devo dar ou não. Quando são miudos digo-lhes que dinheiro não dou mas pago-lhes um lanche. Já por vezes me mandaram à merda!

Abraço e boa estada em terras Romani!

RC