Tão diferentes, mas tão iguais...
extremo
do Lat. extremu
adj.,
o mais afastado; remoto; longínquo; último, derradeiro; excessivo;máximo; extremado;
s. m.,
o ponto mais distante; extremidade; borda, orla; oposto, contrário; o primeiro e o último termo de uma proporção aritmética ou geométrica; carinho excessivo; exagero, descomedimento; grande dificuldade, apuro, aperto.
(in dicionário online Priberam da Porto Editora)
Extrema-direita/extrema-esquerda, tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais. Resultam de conceitos políticos e de vida em sociedade completamente antagónicos. De um lado, uma extrema direita conservadora, que por norma defende a pureza da raça e que é havessa a qualquer mudança. Do outro lado temos uma extrema esquerda que se acha conhecedora de todos os males do mundo e sabedora de todos os remédios para todos os males do mundo! De um lado temos Hitler, Mussolini, Franco, o nosso Salazar, Pinochet, do outro temos Estaline, Lenine, Castro, Mao entre outros. Mas afinal o que é que estes dois conceitos diferentes têm em comum? Hitler chacinou Judeus em nome de uma raça ariana, cuja definição nunca percebi. Do outro Estaline, que enviava todos os que se lhe opunham para campos de trabalho na Sibéria, que se viriam a revelar como campos de muita morte e pouco trabalho. De um lado, o lápiz azul de Marcelo Caetano, do outro o controlo dos media por parte dos regimes chineses e cubano.
Já se começam a ver algumas semelhanças entre estes dois conceitos! Afinal, ambos são incapazes de lidar com opiniões diferente, e quando lhes faltam argumentos, normalmente partem para a ameaça e violência!
O que me leva a escrever sobre este assunto é única e exclusivamente um único motivo: globalização! Nos últimos anos, tem-se assistido a manifestações anti-globalização um pouco por todo mundo, com um crescente aumento do número de participantes extremistas e, como tal, da violência! O que me surpreende ainda mais é ver, lado a lado, anarquistas e líderes religiosos radicais, comunistas e conservadores, sindicalistas e nacionalistas, etc... É caso para dizer "Todos diferentes, todos iguais"!!!
É de facto curioso como é que dois conceitos tão diferentes se encontram juntos na luta contra o progresso, inovação e igualidade das sociedades mundiais. Não tenhamos dúvidas que o mundo tende para homogeneidade. Onde quer que se vá hoje em dia, encontram-se as mesmas lojas, as mesmas pessoas, a mesma língua (Inglês)! Então porque é que estas pessoas lutam por um mundo que só elas vêm!? Porque não lutar por aquilo que era o conceito inicial do movimento anti-globalização: lutar pela manutenção dos valores culturais das sociedades, sem impedir o fenómeno de globalização! Porquê pergunto eu? São cada vez menos os racionais e cada vez mais os impulsivos nestas manifestações. Aqueles que lutam por causas que deveriam ser as de todos, são cada vez mais substituidos por aqueles que lutam pela causa de grupos minoritários!
Não consigo compreender este movimento, não só pelo modo como tenta mostrar aquilo que defende, mas também por não conseguir compreender como é que pessoas ideologicamente tão diferentes afinal são tão iguais quanto aos meios para atingirem um fim: a imposição da sua maneira de ver o mundo!
Cumprimentos,
RC
ps: Tudo o que escrevi não pode ser visto como universalmente correcto. É apenas uma opinião pessoal
ps2: Tive necessidade de escrever o primeiro post scriptum para tentar colocal alguma água na fervura daqueles mais radicais que já se preparassem para me responder com um chorrilho de ofensas...
3 comentários:
Ja dei por mim a pensar a mesma coisa: o mundo caminha para a homogeneidade!
A globalizacao foi apenas o conceito que quiseram dar para o inevitavel fenomeno, mas no fundo as pessoas de ambos os lados da barricada estao a lutar pela mesma coisa: homogeneidade do mundo segundo a sua visao!
Sendo assumidamente de esquerda, sou critico de todo e qualquer radicalismo. Do radicalismo politico de esquerda e de direita, ao radicalismo religioso. Radicais sao pessoas que por norma veem o mundo de uma forma demagogica e sao incapazes de alterar essa mesma visao por mais fundamentada que seja a contra-argumentacao! Incapazes de evoluir, tornando-se natural que sejam contra o progresso. Claro que sou contra um progresso desmesurado e nao ponderado. Por um lado acho a globalizacao inevitavel, ate porque ja ha bastantes anos que esta em pratica, mas penso que os valores culturais de cada nacao devem ser preservados, mas como tudo tambem esses valores mudam e evoluem, com ou sem globalizacao!
Acima de tudo, na minha opiniao, o que falta no mundo de hj em dia eh ponderacao: por muito q uma mente iluminada ache que pode resolver todos os problemas do mundo, ha que ter em conta as diferencas de todos e descobrir a melhor maneira para atingir um fim comum a todos nos: Um Mundo Melhor!
Virgilio Cadete
Acho que seria impossível estarmos mais de acordo! Só discordo numa coisa: em vez de mais ponderação (que nestas coisas da política, ponderação significa apenas ganhar mais tempo) é preciso mais organização e abertura, muito espírito de abertura. É impossível agradar a gregos e a troianos mas +e sempre possível chegar a consensos!
Cumprimentos, do frio para o gelo!!!
RC
O conceito de globalização é tão abstracto que tentei ao máximo evitar defini-lo no texto que escrevi! Economicamente falando acho impossível parar esta globalização. Culturalmente falando está nas mãos de cada um! Por exemplo,ou se adere À cultura MTV ou por outro lado vai-se um bocado contra a corrente e pensa-se por nós próprios!
Abraço,
RC
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