domingo, maio 06, 2007

Spiderman 3


Ontem fui ver o ultimo filme da (para já) trilogia baseada na personagem criada por Stan Lee e Steven Ditko em 1962. O filme é (demasiadamente) longo e foca em demasiadas histórias que se desenvolvem paralelamente e que se cruzam oportunamente nalgumas sequências. Em foco é apontada a importância da amizade e das relacões humanas como pano de desenvolvimento na sequela. Fica no ar um certo tom de que a obra está incompleta, que um Spiderman 4 está a caminho, que falta alguma coisa por contar, especialmente na relacão entre Peter Parker/Spiderman (Tobey Maguire) e Mary Jane Watson (Kirsten Dunst). De relevo também a presenca de Stan Lee (uma vez mais!) como figurante, desta vez interveniente, numa das cenas da accão. Engracado o facto de que todos os vilões mostram uma faceta extremamente humana neste filme. Todos eles são, eram ou foram, no fundo, boas pessoas, que se perderam pelo caminho. Ponto de vista este que se entende provisoriamente à própria personagem central da narrativa. De assinalar também um ponto de vista quasi-político expresso pela tia May numa das cenas centrais da estória: de que não nos cabe a nenhum de nós tirar a vida a outro, por mais horrendo o crime que este possa ter cometido.

As cenas de accão e os recursos de efeitos especiais utilizados neste producão atingem o pico da trilogia até ao ponto de tornar a frágil figura de Tobey Maguire fisicamente credível no papel de superherói. Nunca antes foi tão verosímel e quase realista as cenas de luta do aracnídeo na grande tela. Foi um prazer ver o esplendor acrobático do herói de azul e vermelho saltitante entre as ruas e bêcos de Nova Yorque.

Outro ponto luminoso é o recurso à comédia ao longo de todo o filme. Acredito que esta figura de estilo venha a irritar muitos dos defensores de uma imagem mais sóbria e adulta da figura de ponte da editora Marvel Comics. Demarca-se um retorno à imagem original, semi-adolescente e imatura, da personagem apresentada na década de 1960, ainda distante das responsabilidades pesadas do casamento e da vida adulta que vigora na versão actual do herói na banda-desenhada.

Perdoa-se algumas liberdades (necessárias) na adaptacão (o simbionte que dá origem ao fato negro vem num cometa, ao contrário do adquirido na série "Secret Wars I"; Peter Parker e Gwen Stacey nunca chegam a namorar, e esta não morre no incidente com o Green Goblin, entre outras). Cinco estrelas também para a sequência de apresentacão do filme: de uma forma visualmente muito rica e original, sem no entanto perder a linha de continuidade com o estilo da introducão dos dois filmes anteriores, é apresentada ao (possivelmente novo) espectador um resumo dos acontecimentos mais importantes que nos levam até ao presente actual, numa sequência de curtos flashbacks gráficos.

Em conclusão, talvez com uma história pesada para o comum dos mortais, Spiderman 3 serve os fans com uma boa sequela rica em efeitos visuais.Spiderman 2 continua a ser o melhor da trilogia, mas o terceiro não degenera a um ponto de inibir os espectadores de ir ver um (possível) 4.

:-)
Paulo.

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