domingo, janeiro 28, 2007

Ministro muculmano no governo israelita



O Partido Trabalhista israelita deu um passo histórico hoje ao nomear um ministro muculmano para fazer parte do governo. O ministro Raleb Majadele tornou-se ministro da Ciência, Cultura e desporto, substituindo o ex-ministro Ophine Pines-Paz, que abandonou o seu posto em outubro como forma de protesto contra a integracão do partido nacionalista Yisrael B'teinu na coaligacão governamental. O novo ministro foi nomeado pelo líder do Partido Trabalhista, Amir Peretz, que tem o posto de ministro da defesa, um dos cargos de maior responsabilidade no governo de Israel. A nomeacão recebeu apenas um voto contra, por parte do lider do partido Yisrael B'teinu, Avigdor Lieberman. Este classificou esta nomeacão como uma tentativa de ganhar votos por parte do Partido Trabalhista nas próximas eleicões, e aponta esta medida como um passo atrás para a causa do Sionismo.

Este é um passo histórico no panorama político israelita, por ser a primeira vez que um representante muculmano é nomeado para fazer parte do governo. A populacão muculmana constitui 20% da populacão de Israel e existem apenas 13 deputados (num total de 120) muculmanos no Knesset, o parlamento israelita. A populacão muculmana é frequentemente apontada como a fraccão mais desfavorecida, com os salários mais baixos, o nível de educacão mais baixo e pior qualidade de vida do que a maioria judaica.

Alguns vêm nesta medida um atentativa do reforco de um possível processo de paz na região.

Esta notícia veio numa altura conturbada na história política de Israel, muito devido às acusacões recentes de violacão apontadas contra o actual presidente israelita, Moshe Katsav.

Fontes: Reuters e Dagbladet.

3 comentários:

William Jack disse...

Enquanto lia o teu post veio-me à cabeça uma analogia interessante que de certa forma parece fazer nexo na actual política mundial. Lembrei-me da guerra fria e da luta contra os fantasmas do comunismo. Parece que hoje em dia lutamos contra o fastasma do islão (maioritariamente devido a ignorância pura) e certos países parecem ter a velha máxima: se não os podemos vencer, mais vale tê-los do nosso lado que contra nós. Talvez um destes dias parti-lhe convosco o que aprendi sobre o islão!
Abraço da neve!

viking disse...

Olá!

Talvez a verdadeira luta não é contra o Islão, mas sim contra os radicalismos em qualquer religião (que neste momento são mais visíveis no Islão). Os EUA tem uma política baseada na religião quase ao mesmo nível do Islão, mas nesse caso ninguém (do lado ocidental, digo eu) reclama. Repara o número de vezes que o Gerge W. Bush disse que teve conversas com Deus antes de tomar decisões políticas, e quantos políticos amerericanos terminam os seus discursos com "God blessyou and God bless America!" e percebes o que é que eu quero dizer!

Abracos
:-)
Paulo.

RC disse...

Ainda há pouco tempo li uma crónica num jornal qualquer, que defendia a constituição americana por esta incluir a religião. Segundo o mesmo o laicisismo do estado só trazia confusões, como as que temos assistido em França, Espanha e Reino Unido, entre outras.

Quanto ao texto, apenas tenho a acrescentar que o primeiro ministro israelita está a ser acusado de corrupção, como tal adivinham-se tempos difíceis para este governo de coligação e não é de descartar a hipótese de eleições antecipadas! Relativamente à nomeação de um muçulmano para o governo de Israel só peca por tardia. Será uma forma de mostrar aos palestinianos que é possível conviver com o que eles chamam de inimigo e juntos construirem um futuro melhor.

Entretanto voltaram os bombistas suicidas...

Cumprimentos

RC