sexta-feira, outubro 26, 2007

Nostálgica serenata

Era sinónimo de início de festa, a cidade vestia-se de negro, num luto alegre, ansioso. Para muitos era sinónimo de passar a pertencer a uma família para a qual tinham estado em estágio durante meio ano.

Os anos passaram e fui deixando de assistir ao evento, preferindo as tertúlias com amigos num qualquer tasco da alta da cidade, quiçá procurando fugir a emoções que se tornavam mais fortes há medida que o tempo passava e se tornava mais curto.

Ontem, quando cheguei a casa, resolvi ligar a TV e calhou esta estar sintonizada na rtpi. Inicialmente apenas vislumbrei um vulto negro a cantar, rodeado de mais vultos negros. Depois ouvi as guitarras, vislumbrei a multidão negra no escuro da noite, a fantástica renovada fachada da Velha Sé e...e reconheci o vulto cuja voz saía pelas colunas da minha TV. Sim, era ele mesmo, antigo colega de copos, como se tornavam todos aqueles que comigo aderiam à praxe, ali estava ele perante milhares de pessoas a declamar o fado de Coimbra. E fiquei na mesma posição durante o resto da Serenata Monumental da Queima das Fitas 2007, a relembrar os momentos vividos enquanto estudante da academia Coimbrã.

Até que o afe-erre-a começou, e acordei do sonho em que me encontrava e cantei-o também, baixinho para não incomodar os vizinhos e atirei a minha pasta imaginária ao ar com as fitas azul celeste dependuradas. E depois, depois deu-se início à festa que sempre durou uma semana.

Cumprimentos nostálgicos,

RC

ps: e para o Alberto vai um Grande Afe-ERRE-A ;)

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