Renováveis
Seguinda a linha de alguns dos últimos posts e discussões, hoje falo sobre as renováveis.
A energia solar, como o nome indica, provém da captação da energia solar e conversão desta noutras formas de energia - térmica ou eléctrica.
Das energias chamadas renováveis, esta é aquela que tem um custo de produção mais elevado (cerca de 320 euros por MW, sensivelmente 4x mais que todas as outras formas de produção de energia), mas estes valores médios serão, na minha opinião, diferentes de país para país devido ao número de horas de Sol e da intensidade da radiação que atinge a superfície.
Foi anunciada, na semana que passou, a construção da maior central solar do mundo no concelho de Serpa, que irá ter capacidade para injectar na rede eléctrica nacional 20 GW anuais. Esta será a maior central do mundo apenas até a de Moura, também no Alentejo estar construida! Esta está dependente da construção inicial de uma fábrica de painéis solares e quando estiver concluida terá uma capacidade de produção mais de 4 vezes superior à de Serpa.
A escolha do Alentejo para a instalação destas centrais não é de todo inocente! Com 2200 horas médias de exposição solar anual, esta é a região da Europa com maior número de horas de exposição solar, o que torna desde logo os projectos nestas áreas atractivos! Pena que demorem tanto a pensar, executar e iniciar!
Os investimentos nas renováveis no nosso país, nestes últimos anos, principalmente desde que Sócrates tomou posse, têm crescido exponencialmente. O objectivo é tentar que a compra de quotas de emissão de carbono seja o mais baixa possível, já que, de outra forma, será impossível cumprir o protocolo de Quioto. Neste particular deveriamos investir muito mais em formas de energia abundantes no nosso país, das quais destaco: solar, marés e biomassa. EM relação à solar, parece-me que estamos no bom caminho. A energia das ondas (marés) é ainda uma miragem. Estão neste momento 8 projectos em fase de testes espalhados pelo país e regiões autónomas. Por último a biomassa, que consiste na queima de detritos e aproveitamento desta queima para produção de energia, chegou à agenda dos responsáveis do país após os gravíssimos incêndios que têm assolado o país nos últimos anos. Irá ser construida a primeira central de biomassa do país no distrito de Coimbra (salvo erro em Vila Nova de Poiares), dentro de poucos anos... Pena que tenha sido necessário arder grande parte do distrito para que as pessoas se apercebessem que afinal ainda era possível obter lucros a partir da silvicultura!
Hoje foi anunciada a construção de uma fábrica de painéis solares no concelho de Oliveira do Bairro, que ambiciona ser lider Europeia do sector. Sendo que os investimentos relacionados com a energia solar têm crescido a um ritmo de 30% ao ano a nível mundial, não me parece um investimento de risco, desde que invistam ao mesmo tempo em I&D pois neste sector, se não o fizeram, rapidamente serão ultrapassados por concorrentes que o façam!
Infelizmente, no estado actual, as energias renováveis não permitem a autosuficiência energética de um país. Tal não significa que não se deva investir nestas formas de energia. Num país como o nosso é um crime que não seja obrigatória a instalação de painéis solares em prédios e casas! Os custos imediatos de tal instalação seriam compensados com a poupança a médio prazo em aquecimento e electricidade! Mas infelizmente, por norma, empreiteiros e particulares, só pensam no imediato e nos custos do projecto, sem saberem que há subsídios aos quais se podem candidatar para instação desses sistemas!
O panorama geral do país é no entanto bastante animador. Espero que o investimento em renováveis e negócios associados a estas continue a crescer. Por um país verde e saudável...;)
Cumprimentos,
RC
2 comentários:
Eheh, mais um ecologista na nossa coluna!
Sim, ecologista sempre fui, mas fundamentalista não!!!;)
Abraço,
RC
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